Helena Novais — mhelenanovais@gmail.com
Na sociedade atual é tido como útil aquilo que serve a algum fim imediato. CHAUÍ (2004, p. 18), respondendo a questão “O que é Filosofia?”, afirma que esta é “a decisão de não aceitar como naturais, óbvias e evidentes as coisas, as idéias, os fatos, as situações, os valores, os comportamentos de nossa existência cotidiana; jamais aceitá-las sem antes havê-las investigado e compreendido”.
Daí se deduz que a Filosofia é, antes de qualquer coisa, uma atitude que norteia um modo de vida baseada no não conformismos frente às explicações estabelecidas. Sua utilidade não é imediata, mas seus efeitos surgem em consequência das reflexões que causa e das transformações que engendra em indivíduos e sociedade, por vezes lentamente. ARANHA e MARTINS (1997, p. 75) lembram que a Filosofia
(...) dá o distanciamento para a avaliação dos fundamentos dos atos humanos e dos fins a que eles se destinam; reúne o pensamento fragmentado da ciência e o reconstrói na sua unidade; retoma a ação pulverizada no tempo e procura compreendê-la. Portanto, a Filosofia é possibilidade de transcendência humana, ou seja, a capacidade que só o homem tem de superar a situação dada e não escolhida. Pela transcendência, o homem surge como ser de projeto, capaz de liberdade e de construir o seu destino.
Embora sejam muitos os conceitos possíveis de acordo com pontos de vista diversos, entende-se que a Filosofia é a atitude de questionar a realidade, investigar e interpretar o significado das ideias gerais e do próprio pensamento, analisando as “condições e princípios do saber e da ação, isto é dos conhecimentos, da ciência, da religião, da arte, da moral, da política e da história” por processos crítico-racionais (CHAUÍ, 2004, p. 23).
A Filosofia, portanto, é uma atividade do pensamento que contempla a análise, a reflexão e a crítica. Sua utilidade está em proporcionar o auto-conhecimento e a transformação do ser pensante, o abandono do pensamento ingênuo e do preconceito, a conscientização para o sentido da arte, da política, da religião, da moral, das ciências.
Referências Bibliográficas
ARANHA, Maria L. A. A.; MARTINS, Maria H. Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1997.
BEDIN, Fermino. Metodologia: o caminho da ciência. São Paulo: Edicon, 2007.
CHAUÍ, Marilena de Souza. Convite à Filosofia. 13 ed. São Paulo: Ática, 2004.
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