segunda-feira, 5 de março de 2012

O Mito da Caverna



(Texto: Helena Novais — mhelenanovais@gmail.com)

O “Mito da Caverna” é um trecho do Livro VII de A República, de Platão. ARANHA e MARTINS (1997, p. 99) contam que no diálogo apresentado, as falas na primeira pessoa são de Sócrates, e seus interlocutores, Glauco e Adimanto, são irmãos mais novos de Platão. Segundo as autoras,

Platão imagina uma caverna onde estão acorrentados os homens desde a infância, de tal forma que, não podendo se voltar para a entrada, apenas enxergam o fundo da caverna. Aí são projetadas as sombras das coisas que passam às suas costas, onde há uma fogueira. Se um desses homens conseguisse se soltar das correntes para contemplar à luz do dia os verdadeiros objetos, quando regressasse, relatando o que viu aos seus antigos companheiros, esses o tomariam por louco, não acreditando em suas palavras. (ARANHA e MARTINS, 1997, p. 95)

Assim, entende-se que o Mito da Caverna é uma alegoria bastante atual, representativa da realidade cotidiana e do papel que cabe à Filosofia e aos filósofos. CHAUÍ (2004) sintetiza a visão de Platão e explica:

O que é a caverna? O mundo de aparência em que vivemos. Que são as sombras projetadas no fundo? As coisas que percebemos. Que são os grilhões e as correntes? Nossos preconceitos e opiniões, nossa crença de que o que estamos percebendo é realidade. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo. O que é luz do Sol? A luz da verdade. O que é o mundo iluminado pelo sol da verdade? A realidade. Qual o instrumento que liberta o prisioneiro rebelde e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A Filosofia. (CHAUÍ, 2004, p. 12)

Platão faz referência a dois pontos de vista distintos e estudados pela Filosofia: o epistemológico, relativo ao conhecimento; o político, relativo às relações de poder. ARANHA e MARTINS (1997, p. 95) explicam que, com relação às formas de conhecimentos, Platão distingue o mundo dos fenômenos (sensível) e o mundo das ideias (inteligível). O mundo sensível é acessível aos sentidos que nos apresentam uma falsa ideia da realidade, um mundo de ilusões. Mas, acima do mundo sensível, há o mundo das ideias e das essências, acessível ao homem por meio do aperfeiçoamento intelectual e da contemplação.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ARANHA, Maria L. A. A.; MARTINS, Maria H. Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1997.

CHAUÍ, Marilena de Souza. Convite à Filosofia. 13 ed. São Paulo: Ática, 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário